27/11/2009

A Solitude da Folha


Solidão é quando sentimos a falta de alguém.
Solitude é o preenchimento de nós mesmos.
Na solitude é possível desfrutar das idéias, pensamentos, sentimentos, lembranças; na solidão não é possível desfrutar de nada, pois a dor toma conta; por mais que as circunstâncias em torno sejam positivas, ela consome um espaço enorme no coração daquela vítima.
A dor da solidão não existe, ela somente está projetada externamente, por isso não é real, é uma ilusão.
Já o prazer da solitude permite que você se envolva plenamente de qualquer sentimento ou sensação e aceite, porque todos são reais, todos são seus, alguns são familiares, outros novos, mas sempre podemos dar-lhes as boas vindas!
Na solitude podemos viver toda existência sem medo, porque a confiança que a realidade traz, é segura.

Nesse meu momento de solitude, desfrutando prazer e dor, essa folha se aconchega, por um instante, na mais perfeita harmonia entre o céu e a terra, desejando transmitir somente amor por onde passar.

26/11/2009

Cartas

Hoje decido começar a escrever.
Não será o meu livro de ficção baseado em fatos reais, nem minha novela, nem meu seriado, nem a saga de uma família de imigrantes alemães e tampouco a trilogia bibliográfica de Maria Helena Fittipaldi.
Escreverei cartas... cartas que nunca serão enviadas... quando eu morrer, se você estiver vivo, quem sabe terá uma para você... quem sabe várias... quem sabe se só terão cartas para você?
Mas se não houver nenhuma, por favor, não se entristeça... possivelmente eu disse em vida tudo o quê queria dizer, te amei como deveria amar, te respeitei como deveria respeitar, agi como deveria ter agido, fui amiga fiel como pretendi ter sido, te contei meus sonhos, dividi minhas tristezas, compartilhei da minha alegria, te pedi desculpas pelos meus erros, da mesma forma que já rimos muito, que brincamos com a vida, que tiramos sarro das mediocridades desse mundo, que sonhamos, cantamos, planejamos coisas e brindamos juntos! E aposto que brindamos muitas vezes!!!

Tarô Osho Zen - 74.Paciência

"Nós nos esquecemos de como esperar; este é um espaço quase abandonado. No entanto, ser capaz de esperar pelo momento certo é o nosso maior tesouro. A existência inteira espera pelo momento certo. Até as árvores sabem disso -- qual é o momento de florescer, e o de deixar que as folhas caiam, e de se erguerem nuas ao céu. Também nessa nudez elas são belas, esperando pela nova folhagem com grande confiança de que as folhas velhas tenham caído, e de que as novas logo estarão chegando. E as folhas novas começarão a crescer.Nós nos esquecemos de como é esperar: queremos tudo com pressa. Trata-se de uma grande perda para a humanidade...Em silêncio e à espera, alguma coisa dentro de você vai crescendo -- o seu autêntico ser. Um dia ele salta e se transforma numa labareda, e a sua personalidade inteira é estilhaçada: você é um novo homem. E esse novo homem sabe o que é uma cerimônia, esse novo homem conhece os sumos eternos da vida."
Osho Zen: The Diamond Thunderbolt Chapter 10

Comentário:
"Há momentos em que a única coisa a fazer é esperar. A semente já foi plantada, a criança está crescendo no útero, a ostra está cobrindo o grão de areia, transformando-o em uma pérola. Esta carta nos lembra de que este é um momento em que tudo o que se requer é manter-se simplesmente atento, paciente, à espera. A mulher retratada na carta está justamente nessa atitude. Satisfeita, sem sinais de ansiedade, ela está apenas à espera. Ao longo de todas as fases da lua que se sucedem no alto, ela permanece paciente, tão sintonizada com os ritmos da lua, que quase se confunde com ela. A mulher sabe que esta é uma época para permanecer na passividade, deixando que a natureza siga o seu caminho. Não está, porém, com expressão de sono, nem indiferente; sabe que é tempo de se preparar para alguma coisa importante. Trata-se de um período repleto de mistério, como as horas que antecedem o amanhecer. É um tempo em que a única coisa a fazer, é esperar."