Se você está numa cidade desconhecida, com uma língua que não é a sua, já está perdido. Para que se preocupar se está "aqui" ou "ali" no mapa se tudo é desconhecido? Desbrave. Construa seus próprios caminhos, descubra por si próprio essa cidade e fatalmente descobrirá seu povo, suas características e muito mais do que imagina.
Sempre penso isso em toda viagem e acontece alguma coisa dentro de mim que em um dia me transforma quase que em nativa no lugar aonde estou. Aprendo rápido, sei onde estou e descubro coisas novas. Essa é a parte mais interessante para mim... das coisas que não estão programadas e vêm como bônus num espaço onde o coração escolheu ir para a direita ou para a esquerda... a alma conduz o viajante. Esse é o espírito de qualquer uma das minhas viagens.
Hoje estou "perdida" em Budapeste. Quando falo perdida é metaforicamente, quero dizer que estava "perambulando a minha maneira" em Budapeste. Peguei o trem 2 que margeia o Danúbio, fui do ponto de partida até o final e voltei. Na volta, não terminei o percurso, claro, porque já sei exatamente onde estou e parei na ponte principal para pegar um ônibus que vai a uma rua badalada de cafés para eu tomar um lanche. Enquanto o ônibus não vinha, me debrucei sobre a ponte, olhando o castelo, as igrejas do outro lado (Buda) e bem acima do Danúbio, a Lua Crescente, linda. Não perco uma oportunidade de conversar com a lua e fiquei lá imaginando quantos de meus antepassados se debruçaram ali, quantos namoraram ali, como um casal a uns passos de mim, quantas estórias do passado, já se deram ali e que na teia da vida, construíram uma rede que me trouxe até aqui, até essa vida, até esse momento. E será que eu mesma, já fui um desses personagens? E aqui, bem aqui, chegando em Budapeste, me deparo com uma notícia do outro lado do oceano, de algo que parece que teve um "gap" na minha história e agora precisa fazer um remendo.
O ônibus chegou, mas os pensamentos não cessam. Continuei pensando e cheguei a uma conclusão.
Viajar é como nascer. Escolhemos um destino, da mesma forma quando nascemos, escolhemos um destino. escolhemos uma cidade, da mesma forma que escolhemos nossos pais, para serem a base de nosso processo para cumprir o destino. Ao nascermos, escolhemos inconscientemente nossos carmas e como passamos por eles é o nosso aprendizado; nas viagens, às vezes escolhemos inconscientemente nossos carmas e como passamos por eles é nosso aprendizado para tornar a viagem, maravilhosa ou horrível. E tanto os obstáculos, como as bênçãos, aparecem em ambas as viagens! Mas o mais importante desse pensamento é que em ambos os casos chegamos perdidos e temos como única meta nos encontrar. A meta não é encontrar qualquer museu, monumento ou história, a meta é encontrar pelo caminho a nossa história, a que traz paz, satisfação e conforto dentro de nós, sozinhos, em qualquer lugar. Essa é a meta de ambas as viagens!
E sem querer, me atraio por luzes num restaurante que sou atraída a ficar e quando chego bem perto vejo seu nome... KARMA!
Simplesmente sensacional seu post Lu!!!
ResponderExcluirNossa... No sense!!
Sensacional, incrível, indescritível.
Aproveite bastante!!! Curta cada momento!!
Seja feliz! Onde quer que esteja! Afinal, este é o objetivo não é mesmo?
Beijo grande pra você!
Se cuida!
Assim que li o texto pensei: Que sensacional este texto! E olhei o comentário logo abaixo e percebi que a percepção tinha sido a mesma.
ResponderExcluirBem, que bela viagem interior dentro da viagem exterior. Isso é o que chamo de experienciar a vida de forma consciente. A viagem do desperto, daquele que sente e dá sentido as suas vivências para seu autodesenvolvimento.
A viagem é sempre sem destino, a vida é para ser experienciada,sentida, saboreada, desenvolvida rumo aos caminhos da sabedoria espiritual.
Simplesmente maravilhoso, Lu! E a viagem continua...
Beijos!!!