26/06/2010

Passado, presente ou eternidade... onde estamos?

Tem pessoas que fazem parte do meu presente e outras, do meu passado.

Mesmo incomunicáveis, distantes e que já não se encontram mais nesse mundo material, tem pessoas que fazem parte da minha eternidade. Essas são as pessoas que continuam marcadas em minha alma.

Outras passaram e outras passarão trazendo aprendizado, pois ninguém passa por nós sem que seja necessário algum aprendizado, nenhum encontro é casual… mas essas, que vem para um propósito específico, quando ele se cumpre, se desligam, deixam de fazer parte.

Só há uma razão para essa circulação de pessoas em nosso mundo, evoluírmos. Evoluímos todos, uns mais, outros menos, uns mais rápido, outros mais devagar nesses processos que nos esbarramos. Quando subimos um degrau na escala evolutiva, com algumas pessoas já não é necessária a permanência, a convivência, a constância ou até mesmo um contato eventual.

Quando subimos os degraus da vida e cruzamos com essas pessoas, lidando com elas com respeito e compaixão, não sentimos culpa ao deixá-las para trás ou ressentimento de sentir que nos deixaram para trás. Sentimos só gratidão e amor pela continuidade eterna. Conscientes dessa escalada, podemos nos desapegar e respeitar o processo individual porque temos certeza de que a unidade absoluta só será possível se cada um evoluir por si só, tomando a responsabilidade por suas ações, palavras, emoções e pensamentos... por sua vida.

Uma questão importante na evolução é que nos damos conta de que não podemos gastar energia com o que não flui. Não podemos interferir no crescimento de ninguém e não podemos tomar o destino das pessoas com nossas próprias mãos. É preciso deixar que cada um amadureça por si só. Quem quer ajuda, sempre terá. Ajuda para abrir sua mente e seu coração para as mudanças, ajuda para conscientização e não as pseudo-ajudas, as bengalas humanas. Sempre precisamos de pessoas que nos ensinem a caminhar com nossas próprias pernas. Esses são nossos verdadeiros mestres. Os que nos mostram os caminhos e os meios.

Todas minhas amizades e meus amores tiveram de mim consideração, respeito, dedicação e amor. Mas todos nós fizemos escolhas dentro de nossos processos. Aceitei as separações que outros escolheram e outros precisaram aceitar as separações que escolhi. Todos nós, só precisávamos seguir em frente, nada tão pessoal, podemos chamar isso de carma. Com relação as escolhas que fiz, normalmente não desejo voltar atrás, não desejo resgatar o que passou ou retomar a partir do zero. O engraçado é que vou tão fundo nas questões, que também não desejo resgatar qualquer relação de afeto que eu não queria, mas foi rompida, porque sempre percebo a razão, o desequilíbrio que havia. É justamente por honrar o passado e todas essas pessoas, as que me fizeram bem e as que me causaram muita dor e sofrimento, que tenho espaço dentro de mim para tantos afetos, tantas experiências, que vem e que vão, mas principalmente, que tenho espaço sobrando para nenhum gasto de energia, pois no meu processo evolutivo, já tenho o merecimento de encontrar pessoas absolutamente sintonizadas com os mesmos desejos de alma que eu tenho. Pessoas com propósitos maiores, mais humanizadas, conscientes do coletivo, equilibradas no mental e emocional, sustentáveis, que mantém suas personalidades e estão em constante mudança. Pessoas que não tem medo de sentir seus medos, que não se sentem inferiorizadas por encarar seus defeitos e limitações, pessoas que valorizam a si próprias e sabem se relacionar, sabem se comunicar, raciocinar, se emocionar, se perdoar, perdoar os outros e com certeza, sabem amar. Sabem que não tem rótulos, que não querem conviver com a ilusão, que por mais que a realidade seja difícil de encarar, se encara, sabem que precisam chorar, que entram na mais profunda dor e saem dela limpos, na mais pura alegria. Pessoas que tem um corpo, uma mente e um coração e que podem fazer o mundo melhor só com isso.

E talvez chagando aqui você me pergunte. Mas se você acredita na evolução, por que acha que alguém que retorne do seu passado não pode estar na mesma sintonia que você e retomarem as afinidades?

A resposta é simples, eu acredito completamente nisso. E eu vou te perguntar e já vou responder… e como é possível saber se essa é uma verdade? Simples… é só sentir. A mente racional vai dizer mil coisas. Mas a alma vai te fazer uma única pergunta que tem uma única resposta, ou sim ou não. A pergunta é… você DESEJA isso? Se deseja, essa pessoa ainda é parte do seu presente, de seu processo ou da sua eternidade…

2 comentários:

  1. Lú gostei do texto. E assim como vc, penso que qdo a maré traz de volta alguém, a gente pode dar oi, e deixar passar. Ou a gente pode dar oi, convidar pra entrar tomar um café, comer um biscoito... Entendeu? Eu, estou tomando meu café com o passado, e posso te dizer, que algumas vezes revivo lembranças, e me pergunto, pq deixei entrar pra esse café? Eu sei que vou aproveitar, vou reviver, recordar, e reaprender... Beijos

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  2. Com certeza, Ruth!!! ;)
    Obrigada, não só pelo comment, mas pela nossa agradável troca, que deu nisso! Beijos.

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