25/07/2010

Como é o Amor...

Quando a gente sente...
O que é mais fácil, explicar ao outro o quanto nos faz bem ou o quanto nos machucou?
E o que é pior, as injustas palavras de ataque e defesa que proclamamos quando estamos juntos ou a dor que permanece quando estamos separados, por não termos dito e ouvido as palavras certas antes?
Mas como… como sentir, como saber se uma divergência é só um motivo de crescimento ou um rompimento definitivo?
O que traz, afinal, um rompimento definitivo entre um casal? É possível um casal que se ama de verdade se separar? E o que é, então, amar de verdade?
Nada é fácil quando amamos. É dolorido quando o outro é rude conosco, tendo ou não razão e é ainda mais dolorido quando somos rudes com o outro, mesmo estando com a tal da razão. Não é ter razão que importa no amor, é ver o outro feliz e sermos felizes. É sorrirmos um para o outro de manhã e quando vamos dormir.
O entendimento, a compreensão, a admiração, o prazer e a sincronicidade de sentimentos que o outro tem conosco nos permite transitar por esferas de energia jamais imaginadas e é tão bom sentir, mas tão complicado contar a que local divino ele nos transportou. O olhar que o outro tem da nossa essência, da nossa verdade sempre nos permite ser melhor, nos faz desejar evoluir, mas algumas vezes esquecemos de dizer ou demonstrar a essa pessoa como ela é importante.
Enquanto estamos sendo supridos plenamente, tudo está perfeito, porém, basta esse ser que nos faz tão bem, reclamar de algo, se entristecer com algo que fizemos ou provocamos e temos um vocabulário prontinho de palavras bem rotuláveis para enfiar na cara dele demonstrando o quanto ele está sendo egoísta, já que o direito ao egoísmo é só nosso, afinal, queremos receber e o outro está ali para… dar.
Queremos receber tudo do outro, quando ainda não estamos prontos para dar tudo ao outro. Queremos a atenção constante do outro, quando muitas vezes ignoramos e até desprezamos um gesto ou ação realizadas com tanto sacrifício para nos agradar. Sentimos falta quando o outro não dá notícias, mas nos sentimos perfeitamente bem por passar dias incomunicáveis. Queremos o outro disponível para nos prestigiar, mas nem sempre estamos presentes. Gostamos que o outro sinta desejo por nós, mas nem sempre nos comprometemos com os sentimentos envolvidos naqueles desejos. Precisamos que o outro nos entenda incondicionalmente sem que façamos qualquer esforço em nos explicar, mas não fazemos tanta questão de entender o que se passa com ele. Sentimos angústia quando sabemos que o outro sofre e não quer compartilhar o motivo, mas é mais por curiosidade do que por vontade de sermos a força emocional que vai aplacar essa dor. Percebemos o amor que o outro tem por nós e não temos coragem de ficar com menos, então somos capazes de “ir levando” por comodidade.
Quem ama é só doação. É por isso que o amor de almas-gêmeas é tão sublime, porque só existe doação de ambas as partes. O meu bem estar é o bem estar do outro. O bem estar do outro é o meu bem estar. Dessa forma cria-se um elo de infinita troca e compartilhar de amor. Ambos se sentem plenos porque estão recebendo e dando na mesma proporção e dessa forma, nada lhes falta nunca. As divergências se transformam em entendimentos. Nenhum, jamais, terá apego a qualquer coisa que faça o outro sofrer, nenhuma profissão, nenhuma cidade, nenhuma escolha. Nenhum, jamais, abrirá mão do outro por não poder abrir mão de algo material, pois sabem que juntos podem construir, mudar, reformular, recriar e, separados, se enfraquecerão.
Só divergências não alteram sentimentos entre as pessoas, podem até ser combustíveis para mais conhecimento do outro, melhor comunicação, intimidade, novas descobertas e crescimento pessoal para ambos.
A única coisa capaz de interromper ou bloquear o fluxo dos sentimentos e das emoções entre um casal é o desequilíbrio nas principais trocas: sexual e de objetivos.
Sexo é a força mais poderosa do universo. É a força da vida. É a ligação mais forte que o homem pode ter com sua alma, com a alma do outro, com Deus, com a vida, com o Todo. É a morte em vida que transporta para um local cósmico de onde viemos e para onde voltaremos. Quando um homem e uma mulher se unem nessa energia, nessa vibração, nesse local, de forma sexual, eles utilizam o poder máximo do sexo. Essa força move a vida em todos os níveis e aspectos.
Nem todos os casais descobrirão o sexo com essa consciência e desfrutarão dos prazeres mais absolutos que esse sexo pode proporcionar, porém, ainda que inconscientes, instintivos e de forma materialista, eles estarão ligados na energia da vida e qualquer desequilíbrio nessa troca, mais cedo ou mais tarde, decorrerá em rompimento da relação.
Já os objetivos de um casal estão muito ligados a valores. Quando um casal está voltado para dar, eles têm comunicação e ao longo de suas vidas, seus objetivos podem até ir se alterando, juntos. Porém, quando os objetivos de um estão em completo desacordo com os objetivos do outro, a relação não se mantém porque objetivos estão ligados a verdade individual, a essência, aos anseios de alma, de missão de vida. Para estarmos juntos precisamos estar conectados nas mesmas verdades, nos mesmos valores, nenhum relacionamento que não esteja baseado no reconhecer da essência do outro e afinidade com esses objetivos, que também podemos chamar de desejos, se manterá.
Quando aquilo que sou precisa mudar em essência para agradar o outro, há uma uma incompatibilidade, um limite que não é possível ou saudável querer superar. Mas quando aquilo que sou desperta o melhor do outro e o outro em mim e me estimula a ser cada vez mais a minha essência e eu a dele e, ambos, queremos superar nossos defeitos e dificuldades, crescendo juntos, nos divertindo e desfrutando dessa vida juntos, conectados em troca sexual consciente e estimulante e focados em nossos objetivos e sempre, sempre mudando, transmutando, trasngredindo, progredindo como seres humanos, em nossa vida cotidiana e contribuindo para o crescimento do planeta… então... esse é o verdadeiro amor.
E é com esse que eu quero ficar!

2 comentários:

  1. "Queremos receber tudo do outro, quando ainda não estamos prontos para dar tudo ao outro."

    Esse texto é a mais pura verdade.. às vezes exigimos algo que nós não podemos dar.. e por isso as pessoas se magoam e magoam os outros...
    amor não é só flores... amor é aceitar, é conhecer o íntimo...

    lindo texto...

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  2. Lu, parabéns pelo texto!
    Muito bem escrito e verdadeiro!
    Beijo grande, Tati Moreno.

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