07/09/2010

Homens... possessivos, egoístas ou eternos carentes?

Sabemos exatamente qual a nossa dor, mas raramente percebemos a dor que causamos no outro.
Domingo percebi que meu ex namorado tem zero percepção das dores que causou em mim. Entre muitas, uma delas, que também não foi a última, foi quando eu, já tendo rompido com ele, resolvi escrever um e.mail de 2 parágrafos a ele, que na ocasião estava morando em Paris, perguntando se estava bem e pedindo para que me contasse da vida como morador em Paris para que eu pudesse sonhar um pouco com isso. Poderia ter mencionado os problemas que vinha enfrentando aqui, de várias ordens, mas não era essa a intenção e sim, exatamente o que eu escrevia no e.mail, fugir da minha realidade através de um relato de alguém querido na cidade do mundo que mais sou apaixonada. Só. Ele me respondeu um e.mail imenso e fora de contexto, inclusive só reclamando de Paris, terminando dizendo que achava saudável nosso afastamento. Bom, para mim estava bem saudável o término, era consciente disso. Me surpreendi por ele achar que aquilo era uma tentativa de reaproximação afetiva, pois não era mesmo, quando eu termino um relacionamento, sei exatamente o que estou fazendo e ao me arrepender também sou clara o suficiente. Aliás, sempre sou clara por isso estranhei a reação dele! Bom, fiquei foi consciente de que era melhor não saber nada de Paris pelos olhos amargos dele, porque ia acabar destruindo minhas percepções sobre a cidade, afinal, temos percepções de vida e das coisas, totalmente diferentes. Agradecei a Deus por nunca ter ido à Paris com ele e esqueci essa estória.
Durante dois anos tivemos mínimos contatos, restritos a aniversários e coisas assim e uma tentativa de tomar um café outro dia, por iniciativa minha, pois afinal, o considero muito, tenho um carinho imenso, um respeito memorável e honro nosso relacionamento de forma muito sagrada, pois percebo os passos que dei, o quanto aprendi com ele e o quanto é possível duas pessoas serem felizes quando estão dispostas a isso.
Bom, domingo ele me liga e sua segunda frase é que está se sentindo muito sozinho. Estranho para quem não mantém contato ou qualquer tipo de vínculo, mas, tudo bem, sei que as pessoas gostam de se abrir comigo. Contei que estava montando minha viagem e ao saber que vou para Europa com um amigo, diz com todas as letras que está com dor de cotovelo. Não bastasse esse comportamento estranho, pede para eu fazer um passeio em Paris em homenagem a "nós" e que ele quer que eu passe em frente a casa onde ele morou e faça essas e outras coisas por ele. Ah, além, claro, dele depositar euros em minha conta, de presente, e dizer que posso levar meu amigo no passeio que escolher fazer em celebração "a nós". Que bom que posso!!!
Estou tão bem resolvida com essa estória que na hora dei risada, disse que ia fazer, tirar fotos e até cheguei a me emocionar com ele falando, porque senti que ele também estava emocionado.
Mas agora, analisando friamente, isso não faz o menor sentido e é uma estratégia masculina baixa de querer a minha atenção enquanto eu estiver com outro homem que ele supõe que possa haver algum envolvimento (ele perguntou isso).
Não farei nada por ele, bem como não aceitarei nenhum euro de presente porque simplesmente não quero nenhum tipo de endividamento moral ou emocional com ninguém. Somente aceito presentes de homens com quem eu estiver "trocando", seja lá o que for que eu esteja trocando, amizade, companheirismo, amor, carinho, sexo, trabalho, mas que um presente seja só um presente, dado, sem obrigação de usá-lo de alguma forma específica.
Tenho minhas próprias lembranças e sonhos de Paris, incluindo o sonho de ir com alguém especial, um dia. O pouco que nós sonhamos juntos com Paris, de fato, nunca senti no coração e nem cheguei a visualizar em minha mente. Acho que a frase dele para mim naquela época se aplica inversamente agora... "é saudável mantermos a distância". É, eu sei, sou "fogo na roupa"!!! Mas também, como você diz, sou uma verdadeira libertária! E eu sei que você me entenderá e me dará razão.
Sou livre, estou livre e amo Paris, do jeito que eu sei, quero e gosto de amar aquela cidade. É desse jeito que será, comendo crepe na rua, namorando a cidade, namorando a mim e o quê ou quem mais eu quiser namorar, me apaixonar, amar!
Dentro do meu coração levarei somente o que estiver nele! Como sempre...

Um comentário:

  1. Seria trágico, se não fosse cômico, né? Lendo seu texto, eu percebo como os homens podem ser duas pessoas completamente diferentes. Sim, falo de mim também. Aliás, várias pessoas. Alter ego é pouco, eu diria que a maioria dos homens sofrem de Transtorno de Múltiplas Personalidades. Sim, também falo de mim. Em outros tempos, fiz mto disso também. Era um Casanova durante a conquista, que depois passava a ser relapso durante o namoro, insensível no término e carente, no pós-fim. Levou mto tempo para conseguir ser eu mesmo e, fazer com que esse EU, fosse sempre o mesmo, na alegria ou na tristeza :-). Respondendo a sua pergunta, acredito que os homens são os três, algumas vezes ao mesmo tempo egoístas, possessivos e carentes. Mas está nas mãos das mulheres, cuidar prá que o homem seja aquilo que elas querem. E se não o são, simplesmente abandonem e procurem outro. Dizem que há sete mulheres para cada homem solteiro, mas uma coisa eu digo, deve ter pelo menos uns 14 homens solteiros para cada mulher interessante. Beijo, Lu! E boa viagem!!!

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